Reduzir perdas na indústria é missão mandatória para expansão do lucro
O controle de perdas é uma ação essencial para toda organização que deseja diminuir desperdícios, reduzir custos e maximizar seus lucros. E no segmento da indústria, independente do segmento, claro, o objetivo não é diferente. Para isso acontecer, entretanto, é necessário manter a busca permanente por melhorias e reduzir perdas no processo produtivo, estocagem e transporte. E quando esta última acontece, só há benefícios: a produtividade aumenta, os custos são menores e há maior qualidade nos produtos, com a garantia da chegada ao mercado final.
A prevenção de perdas na indústria, assim como no varejo, é crucial para a saúde financeira do negócio, impacta diretamente na produtividade, competitividade e lucratividade. As perdas podem ter diversas origens, desde falhas nos processos produtivos, até furtos e avarias.
Assim como no varejo, nas indústrias, as perdas podem ser classificadas como Perdas de Estoque, Perdas Financeiras, Perdas Administrativas, Perdas Comerciais e Perdas de Produtividade. “É importante lembrar que a prevenção de perdas é um processo contínuo que exige monitoramento constante, análise de dados, atualização das medidas de controle e engajamento de toda a equipe”, afirma Gabriel Cunha, gerente de Prevenção de Perdas, nas Indústrias Reunidas Raymundo da Fonte.
“Para combater as perdas, é fundamental implementar uma estratégia abrangente e personalizada para a realidade de cada empresa. Desse modo, deve-se seguir toda a cadeia da indústria, desde a matéria prima, passando pelo processo produtivo; à logística, com a armazenagem e distribuição.”, argumenta Gabriel Cunha. Um dos motivos pelos quais se pode gerar perdas no processo produtivo, é a própria superprodução, quando a empresa produz mais do que ela realmente precisa, esse fato resulta em itens parados no estoque e que acabam perdendo sua vida útil.
Há também, no processo da indústria, movimentações desnecessárias no chão de fábrica, estas trazem custos adicionais para o processo e perda de tempo útil. As perdas por transporte, por sua vez, compreendem todos os desperdícios que ocorrem durante os movimentos feitos com um produto, desde a chegada da matéria-prima até a entrega ao cliente. Atrasos na rota, acidentes de trânsito, roubos e danos são alguns exemplos de perdas ocasionadas por transporte.
Avalie a cadeia produtiva para reduzir perdas
Um dos pontos importantes para reduzir perdas em uma fábrica é avaliar, a exemplo do que disse Cunha, a sua cadeia produtiva. É essencial entender como funciona o fluxo de trabalho, analisar processos e procurar possíveis gargalos e problemas frequentes. Só assim será possível identificar os prejuízos que acontecem e que você, da indústria, por vezes, desconhece.
Depois desse processo, organize o sequenciamento da sua produção, de modo que ele seja objetivo, transparente e claro para todos os trabalhadores envolvidos. Se necessário for, torne sua produção enxuta, para não sobrecarregar o estoque e gerar prejuízos. É fundamental avaliar a capacidade produtiva de acordo com a demanda da sua fábrica.
Algumas etapas para reduzir perdas são fundamentais na indústria. A começar pelo monitoramento contínuo do estoque, passando pela padronização das etapas produtivas e acompanhamento dos dados estatísticos. A disponibilidade de insumos, por exemplo, é condição essencial para que a operação possa ser executada de forma orgânica e eficiente. Assim, antes mesmo de pensar em produtividade, é preciso focar nos processos de compra e armazenagem de matéria-prima.
Implemente programas de qualidade
Muitas perdas do setor industrial ocorrem em razão de falhas ou acidentes na área de produção. Para evitá-los, os programas de qualidade total podem ser muito produtivos e eficazes, padronizando processos e tratando perdas que aconteceram por não conformidade.
“O programa de qualidade eficaz é uma ferramenta poderosa na prevenção de perdas, pois ela nos ajuda a ter foco no cliente, liderança e engajamento, com uma abordagem baseada em processos, gestão de pessoas, mediação, análise, melhoria e tomada de decisões baseadas em fatos”, revela Cunha. “Implementá-lo, contribui para a prevenção de perdas, para a otimização de processos, para a satisfação dos clientes e para o sucesso da organização, como um todo”, completa.
Cunha lembra que as diretorias que reconhecem a importância da prevenção de perdas a veem como investimento que gera retorno positivo, a longo prazo; reduzindo custos, aumentando a produtividade e a segurança. “Contudo, em algumas empresas, a prevenção de perdas é vista como um custo adicional, levando a investimentos menores e à criação de comitês menos estruturados. No final das contas, já sabemos como acaba a história: é menos lucro, na certa”, afirma.