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Furtos, os grandes vilões do varejo no Brasil e no Chile

Blog 17_07

O que há de comum entre o Brasil e o Chile? São dois países da América do Sul, parceiros estratégicos de grande importância mútua nos negócios e na economia em geral, que movimentaram uma média de US$ 10 bilhões em trocas de mercadorias por ano na última década, e quase US$ 20 bilhões em fluxos bilaterais de investimentos acumulados nesse mesmo período. Mas há um outro dado triste entre os dois países: o varejo nas duas nações sofre com alto índice de furtos.

Os números recentes divulgados no Brasil e no Chile não deixam dúvidas. Os furtos são, sim, os grandes vilões dos varejistas, especialmente do alimentar (supermercados), nos dois países. De acordo com a 6ª Pesquisa Abrappe de Perdas no Varejo Brasileiro, o índice médio de perdas no varejo em 2022 foi de 1,48%, o que representa algo em torno de R$ 31,7 bilhões, contabilizando que o varejo restrito movimentou R$ 2,14 tri no ano passado. O ranking é liderado pela categoria de Mercado (loja de vizinhança) com 3,07%, a frente de Supermercado Convencional, que registrou 2,37%.

No Chile, segundo o V Estudo de Perdas no Varejo, elaborado pela Câmara de Comércio de Santiago, a ALTO e a Universidade Adolfo Ibáñez, o índice médio de perdas foi de 1,14% no ano passado, um leve crescimento em relação a 2021, que registrou 0,98%. O que impressiona é que o número de roubos e furtos aumentou de 26,9%, em 2017, para assustadores 31,4% em 2022. A pesquisa analisou as perdas em cerca de 2 mil lojas em todo o país, que totalizaram US$ 177 milhões, principalmente em supermercados.

 

Crescimento dos casos de furtos na pandemia

A pandemia deixou rastros desafiadores no varejo, entre eles problemas com furtos, roubos e quebras operacionais (falta de abastecimento, excesso de compra, mau armazenamento de produtos). De lá para cá, o índice de perdas só aumentou no caso do varejo alimentar (supermercados, lojas de vizinhança e conveniência), como aponta a pesquisa da Abrappe. Desde o começo da pandemia até o fim de 2022, as perdas cresceram 23%. Um índice bem alarmante são as perdas não identificadas (furtos, roubos e erros humanos), que somente em supermercados aumentou 52,54% no período.

Na última temporada, apenas os varejos de calçados e de eletromóveis diminuíram as perdas em relação ao ano anterior. O primeiro passou de 1,38% para 1,09% e o segundo, de 0,42% para 0,07%. Todos os demais setores do varejo registram alta em 2022. O de Supermercados Convencionais teve aumento de 2,15% para 2,37%, Perfumarias passou de 1,74% para impressionantes 2,33% e Artigos de Esporte de 1,15% para 1,65%. Construção e Lar de 0,96% para 1,25%, Drogarias de 0,89% para 1,02% e Atacado/Atacarejos de 0,89% para 1,02%, vieram logo na sequência. Magazine Nacional teve um salto de 0,89% para 1,26%, Magazine Regional de 0,31% para 0,93% e Moda, de 0,48% para 1,18%. Em breve a pesquisa será divulgada no site da Abrappe.

Por segmentos, no Chile, supermercados (25% dos respondentes da pesquisa eram do setor) registraram índice de 2% de perdas, à frente de lojas de departamento (33% dos participantes), com 1,2%, e farmácias (17%), com 0,4%. Outros setores juntos tiveram perdas de 0,9% (25% dos respondentes).

George Lever, responsável de área de estudos da Câmara de Comércio de Santiago, mostrou-se muito preocupado com a tendência de crescimento dos furtos externos, particularmente aquele que tem origem no crime organizado. Para o executivo, o estudo mostra que o setor varejista “tem feito investimentos significativos em prevenção e acompanhamento, que devem ser complementados por estratégias nacionais de segurança dos órgãos competentes”.

Eduardo Hernández, gerente jurídico da empresa Alto Chile, concordou com Lever sobre o aumento das perdas associadas ao crime organizado, um problema que, em sua opinião, deve ser enfrentado de forma colaborativa entre todos os atores, das autoridades públicas às empresas. Ele manifestou que é preciso que sejam adotadas medidas urgentes para minimizar os impactos nas lojas.

 

Otimismo no varejo chileno

Apesar dos números, os autores do estudo no varejo chileno estão otimistas. Os dados de 2022 são inferiores aos registrados nas demais edições do levantamento, sendo que 2014, com perdas de 2%, foi o pico já registrado. Em 2017 - último ano da pesquisa antes da pandemia – as perdas chegaram a 1,6%. Essa tendência de queda pode ser interpretada como um sinal de que as medidas de prevenção e controle aplicadas nos últimos anos têm sido eficazes na redução das perdas.

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